Ciência e Tecnologias

O acesso à informação, à ciência e às tecnologias colocam grandes desafios sob os quais é necessário agir. É imperativo garantir a tendência universal de acesso à informação, à privacidade dos cidadãos e à proteção de dados pessoais. É também necessário promover uma nova cultura dos Media e um investimento na educação para os Media. A UE tem vindo a implementar um conjunto de medidas que visam mitigar estes problemas. No entanto, há ainda um grande caminho a percorrer e uma necessidade urgente de fazer face à manipulação de opiniões e campanhas de desinformação, com impactos graves na vida política e social.

No campo científico, a Europa não deve perder o comboio do seu investimento no conhecimento, na formação, na sinergia entre academias, no reforço dos apoios à investigação e na garantia da prossecução de políticas públicas com base na evidência e no método científico.

Paralelamente, as tecnologias de informação representam também um enorme leque de oportunidades para a partilha de conhecimento e para a cocriação e desenvolvimento da ciência e novas tecnologias com vista a um sistema socioeconómico e socioecológico mais sustentável. Em particular, destaca-se a oportunidade de garantir o acesso livre a dados científicos. Assim, o PAN propõe:

  • Financiar projetos e/ou websitesque, guiados pelos códigos deontológicos e pela ciência, desconstruam informações falsas;
  • Incentivar a ciência aberta nas universidades dos Estados-Membros, com base em apoios financeiros e acordos com publicações científicas;
  • Estimular uma cultura de cocriação e ciência aberta nas universidades, através da integração de conteúdos curriculares sobre gestão de dados num contexto de ciência aberta;
  • Promover um novo sistema de avaliação de currículos no meio académico que valorize a partilha de dados e a publicação em open access;
  • Aprofundar a viabilidade de implementação de sistemas de softwarelivre a nível administrativo nacional e municipal;
  • Reforçar que o código público (Public Code), pertença social dos cidadãos e das cidadãs, seja abertamente promovido e partilhado como forma de desenvolvimento social, tecnológico e económico entre Estados-Membros e países terceiros;
  • Combater a endogamia académica em todos os Estados-Membros de modo a promover uma sociedade mais livre, independente e científica;
  • Reforçar a alocação de fundos europeus para projetos nacionais de preservação do Património Natural e Cultural que não envolvam práticas violentas e que evidenciem a riqueza multicultural das diferentes regiões da Europa;
  • Continuar o debate e aprofundar as conclusões sobre o futuro e o impacto da implementação de inteligências artificiais, nomeadamente através do Grupo de Peritos de Alto Nível da UE;
  • Promover e apoiar a investigação, criação, transição e crescimento sustentado de comunidades transnacionais e transculturais resilientes e menos dependentes, por isso, das conjunturas económicas mundiais, orientadas para o desenvolvimento de paradigmas vivenciais mais éticos, solidários, de cooperação fraterna e sustentáveis que contribuam para a existência de seres humanos mais plenos, realizados, conscientes e felizes;
  • Desenvolver na cultura europeia e nas instituições escolares um maior conhecimento da pluralidade e diversidade das línguas e culturas de todo o mundo, bem como da Língua Gestual, ao serviço de uma consciência multicultural e universalista, que fomente a inclusão e impeça a regressão ao obscurantismo nacionalista, etnocêntrico, xenófobo e racista.