Junho assume-se enquanto mês de afirmação, resistência e luta contra o preconceito e a discriminação enraizados em estruturas sociais e culturais, que se perpetuam até aos dias de hoje. O Mês do Orgulho LGBTQIA+ carrega a história de batalhas por direitos, pelo reconhecimento da identidade e pela liberdade de amar sem medo. Um mês que assinala também o Dia Internacional de Combate ao Discurso de Ódio, reforçando o compromisso da necessidade de uma sociedade mais justa e igualitária.
O orgulho LGBTQIA+ é uma resposta a uma supressão histórica das identidades queer e uma afirmação de existência perante uma sociedade que, durante séculos, impôs o silêncio e a marginalização. Um orgulho que se traduz enquanto reivindicação de direitos básicos como segurança, dignidade e respeito e, pese embora os avanços significativos alcançados nos últimos anos, como o reconhecimento legal do casamento homossexual em vários países ou a implementação de legislação contra a discriminação, pessoas LGBT continuam a enfrentar situações de violência e exclusão social, bem como dificuldades no acesso a serviços de saúde, oportunidades de emprego e educação, ao que se acresce o discurso de ódio, muitas vezes disfarçado de “opiniões” ou “piadas” e “brincadeiras”, que perduram e fomentam a intolerância.
A normalização de comentários discriminatórios reforça atitudes violentas, perpetua estereótipos e produz efeitos corrosivos que desumanizam grupos marginalizados, desrespeitando os valores fundamentais da democracia – preconceitos que se intensificaram com a ascensão das redes sociais, atingindo indivíduos a nível pessoal e colectivo.
O aumento de movimentos antidemocráticos que promovem a xenofobia e o racismo, conforme destacado pelo PAN/Açores em Março deste ano, no Parlamento, reforça a necessidade de um combate firme à desinformação e a defesa intransigente dos valores democráticos, onde a educação, a conscientização e a responsabilização surgem enquanto pilares essenciais para travar estes fenómenos, cujo único propósito passa por fomentar a cegueira social que marginaliza, hostiliza e exclui.
Porquanto, promover o combate a narrativas distorcidas e extremistas que criam uma atmosfera de medo e desconfiança é fundamental para que a sociedade saiba discernir entre informações verdadeiras e falsas, sendo necessário insistir-se na importância de uma aprendizagem democrática que valorize a tolerância, a interacção entre diferentes culturas e orientações sexuais, a promoção da aceitação e a redução da discriminação.
Só através da educação, do respeito e da empatia conseguiremos combater as divisões que nos afligem. Celebrar o orgulho LGBT significa reconhecer que a diversidade é uma força e que a luta pela equitabilidade de direitos é um?dever. Amar e existir livremente é um acto revolucionário.
