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PAN questiona Governo sobre autorização de abate de 31 sobreiros no Porto

Sobreiro

Os sobreiros constituem uma espécie protegida em Portugal, detentora do estatuto de Árvore Nacional de Portugal.

No seguimento da publicação de um despacho que autoriza o abate de 31 sobreiros em Asprela, o PAN Pessoas-Animais-Natureza questionou o Ministro do Ambiente e Ação Climática e o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior sobre a autorização do Governo para o abate destes exemplares para dar lugar à construção de um empreendimento habitacional, destinado a residência de estudantes.

O problema da falta de alojamento estudantil não é de agora, ainda no início deste ano em sede de discussão do Orçamento do Estado 2020, o PAN alertava para o desfasamento do número de oferta de alojamento entre as áreas metropolitanas do Porto e Lisboa, bem como para a necessidade de se criarem condições que garantam alojamento à comunidade estudantil.

Bebiana Cunha, deputada à Assembleia da República, eleita pelo círculo do Porto, defende que “a construção de um empreendimento destes deve integrar a existência destas árvores, que constituem uma espécie protegida em Portugal, detentora do estatuto de Árvore Nacional de Portugal.” Ainda no entender da deputada, o Plano Nacional de Alojamento do Ensino Superior “deve ser revisto, tendo em conta o contexto que vivemos, procurando disponibilizar fogos de alojamento local para residência estudantil, tendo o PAN apresentado recentemente uma recomendação ao Governo nesse sentido”.

Nas questões remetidas ao Governo, o PAN pretende que seja igualmente esclarecido o porquê da Câmara Municipal do Porto não ter sido consultada. Por outro lado, acrescenta Bebiana Cunha, “consideramos absolutamente inacreditável que o Ministério do Ambiente, a quem cabe assegurar a boa gestão em matéria de conservação da natureza e das florestas,  tenha simplesmente aceitado as medidas ‘compensatórias’ por parte da empresa requerente como a plantação de novos sobreiros em Torre de Moncorvo”. Isto porque, explica, “não cremos que abater mais de três dezenas de uma espécie protegida, as quais levaram cerca de 40 anos a tornar-se adultas, possa de algum modo ser compensado. Não compreendemos também como o abate de árvores continua a ser a opção mais fácil e não a promoção da coexistência de usos”

O PAN espera que os ministérios envolvidos possam repensar a decisão e trabalhar no sentido de encontrar uma solução conjunta que não passe pelo  abate dos sobreiros.