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Reação ao discurso de ano novo do Presidente da República

Linhas gerais, o PAN – Pessoas-Animais-Natureza - concorda com a análise do Senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acerca do ano que passou. Principalmente quando refere as enormes contradições que vivemos em 2017.

Linhas gerais, o PAN – Pessoas-Animais-Natureza – concorda com a análise do Senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acerca do ano que passou. Principalmente quando refere as enormes contradições que vivemos em 2017. 

Se por um lado, nos foram favoráveis os sucessos nos indicadores económicos e consequentes impactos sociais, por outro, tivemos perdas incalculáveis com as grandes tragédias dos incêndios e da seca agravada que se abateu sobre Portugal e que justificam o pedido do Presidente por uma reinvenção. Mas mais que uma reinvenção baseada em ideologias divergentes importa reinventar, numa linha comum e orientadora, o modo como os partidos tradicionais olham para o ambiente, ou seja como planeiam e aplicam políticas públicas ambientais. 

A par desta urgente reinvenção é necessário devolver uma credibilidade maior à vida pública e isso também passa por uma capacidade das principais forças políticas se entenderem para a aplicação de medidas de longo prazo, nomeadamente nas áreas da saúde, educação e ambiente, capazes de resistir à alternância partidária e orientadas por objetivos dignos e altruístas para além das listas de “vitórias partidárias” muito úteis para o marketing das campanhas eleitorais mas que não credibilizam a vida pública nem resgatam a confiança dos cidadãos na política.

A lógica do lucro e a obsessão com o crescimento a todo o custo tem consequências e infelizmente em 2017 fomos obrigados a olhar para elas em estado de choque o que reforça o compromisso do PAN para 2018 com a afirmação crescente da consciência ambiental junto dos portugueses, com o objetivo de facilitar a integração do ambiente em todas as políticas públicas e de contribuir para a consolidação de uma cultura de participação pública consistente e consciente. 

Recordamos que a 8 de Agosto de 2017 Portugal já tinha chegado à sua capacidade anual de regeneração, ou seja, se todos os países do Mundo consumissem como Portugal precisaríamos de 2.3 planetas. Isto indica que estamos a “crescer” a curto prazo à custa da prosperidade e sustentabilidade a médio/longo prazo. 

Para o próximo ano esperamos um olhar mais atento da Presidência da República para as graves problemáticas ambientais que afetam o país e o mundo porque não é possível uma reinvenção se não houver coragem política para fazer o que é certo e não apenas o que é conveniente e o que é habitual.