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Chorrilho de promessas

Ainda não se havia formalizado a dissolução da Assembleia Legislativa dos Açores e já ecoavam promessas nos ouvidos dos açorianos, plasmadas em cartazes de rua e em páginas de jornais. 

Com a previsão de mais uma coligação nos Açores, representada por um “presidente amigo”, surgem novamente as velhas promessas que José Manuel Bolieiro tem apregoado, qual Padre António Vieira, esquecendo-se que este Sermão de Santo António aos Peixes retrata precisamente os últimos anos de política nos Açores: peixes que se devoram uns aos outros e a sua ambição de poder. Mas é preciso, de uma vez por todas, ter Quatro Olhos para que saibamos distinguir o bem e o mal. 

A semana arrancou com as já expectáveis promessas nos sectores do social, da saúde, dos transportes e da habitação e até com dotações superiores “ao inicialmente previsto nos anos anteriores” no que concerne à Tarifa Açores. O transporte não-urgente de doentes, que o PAN tanto lutou, foi também finalmente tido em conta, assim como a importância de serem criados mais apoios às vítimas de violência doméstica. Foi também anunciado um reforço de verbas para o porto das Flores e até do PRR, com mais 145 milhões de euros. Não bastava este Governo ter pressionado os partidos a votar a favor do Orçamento “em prol do PRR”, como agora usa como bandeira o reforço deste envelope financeiro. De uma emissão informativa de 30 minutos, dez foram de auto-congratulações governatórias. Agora pergunto-me: será a ambição de José Manuel Boleiro de que será eleito e formará Governo tão grande para assegurar tão firmemente compromissos desta relevância? Até que ponto serão cumpridos caso voltemos a ter um Executivo coligado e tendo em conta o seu histórico? Não posso deixar de salientar a reviravolta na decisão da Iniciativa Liberal que, qual Torpedo, volta a mostrar-se disponível para um novo acordo parlamentar. Tal como diz o povo: só se estraga uma casa. 

Cabe agora aos açorianos decidirem se querem continuar a dar força às palavras de Rémora, adotando o mesmo caminho, ou curar a cegueira e dar um novo rumo à nossa Região.