O PAN/Açores apresentou, no passado dia 24 de Março, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, um voto de protesto pela classificação como tradicional da tourada à corda promovida pelas comissões das festas tradicionais da Fajã do Fisher, localiza na Freguesia da Feteira, na ilha Terceira.
O voto de protesto apresentado pelo PAN/Açores surge após a Assembleia Municipal de Angra do Heroísmo, ao abrigo do Regime Jurídico de Atividades Sujeitas a Licenciamento das Câmaras Municipais na Região Autónoma do Açores e em sessão de 12 de Fevereiro de 2021, ter deliberado classificar como tradicional a tourada à corda promovida pelas comissões das festas tradicionais da Fajã do Fisher.
O Deputado Pedro Neves relembrou, na apresentação do voto de protesto, que a tourada à corda é uma prática de cariz restrito a nível nacional e mesmo regional, pois não é, sequer, praticada em todas as ilhas e que esta deliberação, apesar de localmente enquadrada, pretende ter um impacto generalista no contexto açoriano que, a nosso ver, não merece.
Para o PAN/Açores, esta classificação não dignifica a localidade, nem os Açores ou mesmo os processos de classificação de património tangível ou intangível no contexto de abrangência cultural.
Ademais, a tourada a corda não é sustentável já que um tema tão fraturante na sociedade, pelo que não deveria merecer o contributo do erário público. Esta prática tauromáquica não contabiliza nenhum crescimento económico ou qualquer fomento ao nível da inclusão social nem, promove, tão pouco, o equilíbrio natural. A tourada à corda não considera a biodiversidade nem o respeito inter-espécies. A sustentabilidade cultural baseia-se em conceitos básicos.
O PAN/Açores considera que no vasto e rico leque cultural que os Açores possuem, esta prática envergonha tantos grupos culturais que se dedicam a setores tão elevados e variados para os quais não existe o mesmo interesse em preservar e impulsionar.
O voto de protesto apresentado pelo PAN/Açores contou com dois votos a favor do BE, uma abstenção da IL, e 53 votos contra das bancadas parlamentares do PS, PSD, CDS, PPM e CH.