Lisboa, 03 de março de 2020 – O Grupo Municipal do PAN apresentou hoje na Assembleia Municipal de Lisboa uma recomendação pela Redução da Poluição dos Navios Cruzeiros. Trata-se de uma proposta que visa empreender medidas concretas para combater o impacte ambiental negativo desta atividade e, apesar de ter sido aprovada na sua maioria, o PAN Lisboa lamenta que os partidos tenham rejeitado as medidas mais ambiciosas para a salvaguarda do ambiente e das pessoas da cidade de Lisboa.
Limitar o número de navios cruzeiros que possam atracar anualmente no porto de Lisboa; a existência de uma maior fiscalização dos combustíveis utilizados e uma monitorização do impacto ambiental causado; a criação de um fundo para o carbono emitido cujas receitas revertam para a descarbonização do transporte marítimo e ainda proibir que os navios atracados mantenham os motores em funcionamento foram as medidas propostas pelo Grupo Municipal do PAN e aprovadas em Assembleia.
No entanto, as medidas mais ambiciosas e que visam uma resposta mais urgente foram rejeitadas, com os votos contra do PS, PCP e por dois deputados Independentes. Estas medidas consistiam em impedir ou limitar severamente a atracagem de navios cruzeiros com peso igual ou superior a 1.000 ton (tonelagem de arqueação), tal como já acontece em Veneza e permitir apenas a navegação no rio Tejo a navios de cruzeiro que recorram a tecnologias de redução das emissões.
“Estamos perante políticas que revelam uma clara dissonância entre o discurso e a prática. Retiramos as viaturas automóveis do centro da cidade mas fomentamos o turismo de massas, com navios que atracam dentro de Lisboa. A nova zona ZER encostada ao rio Tejo, mas com os navios de cruzeiro a passarem em plano de fundo, diz bem o que este Executivo entende para Lisboa”, afirma o deputado municipal Miguel Santos.
Para o Grupo Municipal do PAN de Lisboa é urgente a realização de estudos que afiram a carga turística que Lisboa pode suportar e que indiquem caminhos e estratégias sustentáveis para a cidade que queremos e, acima de tudo, que podemos ter. “Precisamos de dados que sustentem e nos apoiem na tomada de decisões políticas e parar de recorrer ao ‘achómetro’”, remata o deputado Miguel Santos.
Para o PAN Lisboa, o resultado desta votação demonstra, lamentavelmente, a falta de vontade política que existe para atacar este problema com a urgência necessária antes que se verifiquem consequências irreversíveis naquela que é a Capital Verde 2020.
Recomendação na íntegra aqui: https://www.am-lisboa.pt/302000/1/013814,000420/index.htm