Não sendo obviamente impossível tudo isso (inúmeras notícias o afirmam em Portugal e no estrangeiro), é pois um erro sistemático por parte dos cidadãos extrapolar algumas situações e” julgar” o todo pelos “alegados” casos particulares.
Apesar dos cidadãos gostarem de comentar os acontecimentos políticos e apresentarem as suas “propostas” pessoais, quando convocados a participar no ato eleitoral, infelizmente muitos o recusam fazer. Uns por não se reverem nos políticos atuais, outros por puro egoísmo. O mesmo se verifica quando convidados a participar em alguma atividade, ou meramente integrar uma lista para umas eleições legislativas, apresentam uma intensa “alergia” e reação negativa, que me deixam surpreso! Ou seja, recusam-se quase em “modo automático” a utilizarem-se de um direito que possuem, a prática da cidadania.
Do lado oposto encontram-se aqueles que pelo seu dinamismo, fundamentalismo ativista, participam na sociedade, impondo, por atos de vandalismo, violência, insultos, etc, as suas ideias e propostas de mudança na sociedade. Tal não significa que muitas delas não sejam interessantes, mas a forma de o fazer evidenciam os valores em que inconscientemente acreditam.
Quando, há quase 7 anos, e “cansado” de ver o país num rumo no qual não me revejo e sabendo que nada valiam as minhas críticas ou propostas “caseiras”, filiei-me pela primeira vez num partido, o PAN. Fi-lo pelos valores e princípios patentes nos seus estatutos. Afinal, à medida que os lia estava a rever-me em todos eles. Dada tal similitude e perante tal surpresa, a decisão foi imediata, tenho que estar aqui! No PAN! Mas um dos princípios, o “principio da não-violência” patente no artigo 2º do estatutos, foi o grande impulsionador para tal, e que passo a citar:
“O PAN rege-se pelo princípio da não-violência – mental, verbal e física – e lutará firmemente pelos seus princípios e objetivos contra ideias e práticas, nunca contra pessoas”.
Com este princípio e desafio, como pano de fundo, estava criado o ambiente para participar e contribuir na construção de um mundo mais Ético.
A definição de “política” segundo um político Brasileiro (não dos recentes) é a “ciência de fazer o bem.” Hoje, presumo que podemos atualizar esta frase do seguinte modo “ É a ciência de fazer o bem a todos os Seres”.
Nesse sentido, presumo ter o consenso do leitor e assim o convidar, a uma prática de cidadania (política) assente nos valores da democracia, da igualdade, da justiça social, da solidariedade, da tolerância, do bem-estar de todos os Seres (humanos e não humanos), etc.
Saia da sua zona de conforto ou alargue-a e contribua ativamente na implementação de valores superiores na construção de uma maior consciência social e global. Contamos consigo, pois juntos vamos mais longe.
“A educação para a cidadania constitui um conjunto complexo que abraça, ao mesmo tempo, a adesão a valores, a aquisição de conhecimentos e a aprendizagem de práticas na vida pública. Não pode, pois ser considerada como neutra do ponto de vista ideológico”(Delor).
14 de janeiro de 2018