Fomos recentemente confrontados com notícias e imagens chocantes dos fogos de enormes dimensões na floresta Amazónica. Os dados de satélite da NASA revelam que este é o ano com mais incêndios na Amazónia desde 2010, sendo também os mais intensos, por irradiarem mais calor que em anos anteriores.
A região da floresta amazónica, a mais extensa do mundo e com a maior biodiversidade registada, teve em meados de agosto mais de 9.000 incêndios florestais sendo que desde janeiro deste ano já arderam mais de 44 mil quilómetros quadrados de floresta, com um aumento de 80% em relação ao ano anterior.
Os fogos florestais na Amazónia têm frequentemente origem humana, com o propósito de limpar a terra para a pecuária, agricultura e exploração madeireira. Doug Morton, cientista do Centro Espacial Goddard da NASA explica que “quando se olha a partir do espaço, vemos que são as atividades económicas o motor dos incêndios. Estes incêndios acontecem em zonas de exploração recente e expansão da agricultura. Isto é um sinal económico, e não climático”.
No seu discurso de abertura do Conselho de Direitos Humanos em Genebra, Michelle Bachelet, a Alta Comissária das Nações Unidades para os Direitos Humanos, manifestou a sua “profunda preocupação” pela drástica aceleração da desflorestação da Amazónia, que quase duplicou entre janeiro e agosto deste ano comparativamente com o período homólogo do ano anterior. A desflorestação acelerada da Amazónia representa uma catástrofe ambiental sem precedentes.
Os números ajudam a perceber a importância da Amazónia; é o lar de uma em cada dez espécies da Terra, ou seja, detém cerca de 10% de toda a biodiversidade do mundo; produz cerca de 20% de todo o oxigénio disponível e absorve à volta de 8% de todo o dióxido de carbono que é emitido para a atmosfera sendo tais factos suficientes para que nenhum país, instituição ou líder político possa manter-se à margem da necessidade de proteção deste bioma da floresta amazónica.
Deste modo, a Representação Municipal do Partido Pessoas-Animais-Natureza propõe que a Assembleia Municipal de Almada, na sua Sessão Ordinária de 27 e 30 de setembro de 2019, delibere expressar o seu pesar pelos incêndios que estão a devastar a Amazónia e a comprometer a sobrevivência das populações indígenas e de milhares de animais.
Laranjeiro, 27 de setembro de 2019
Pessoas – Animais – Natureza
Artur Alfama
(Deputado Municipal do PAN)
O Voto de Pesar foi aprovado.