AmbienteLisboa

MODOS DE MOBILIDADE SUAVE

Declaração Política
8 de Julho de 2014
Modos de Mobilidade Suave

A mobilidade é um dos principais desafios da cidade de Lisboa. Como sabemos, é ela a principal causa de poluição tanto atmosférica como sonora na cidade, que hoje se encontram, em muitos locais de Lisboa, a níveis acima dos permitidos por lei. É também nas deslocações diárias que os habitantes da cidade gastam uma parte significativa do seu tempo e recursos financeiros. Assim, compreende-se o enorme impacto directo e indirecto que a mobilidade tem na qualidade de vida dos Lisboetas.
Apesar dos avanços que têm sido feitos, existe ainda muito a melhorar na qualidade da mobilidade em Lisboa.
Os transportes públicos afetam positivamente a economia das cidades assim como a sua agregação física. Isto tem implicações na gestão e política de transportes de uma cidade, em particular, no que respeita à avaliação de custo-benefício da melhoria dos transportes públicos. Citando o Prof. José Manuel Viegas, atualmente o transporte público não tem só o papel de fazer deslocar pessoas entre dois pontos A e B, mas também de ser o grande motor das cidades modernas.
Em várias cidades da Europa existem exemplos que vão no sentido do incentivo da utilização do transporte público, destacando-se o caso de Tallin, capital da Estônia, que tornou gratuíta a sua utilização.
É desejo do PAN que a autarquia tenha no futuro maior influência sobre os transportes públicos e possa tomar medidas para aumentar a sua qualidade e tornar o seu preço mais atrativo, incentivando desta forma a sua utilização. Aproveitamos por isso para saudar os esforços que este executivo tem feito nesse sentido, através do presidente António Costa.
Os modos suaves, como a bicicleta, não são utilizados em Lisboa tanto como seria desejável, tendo em conta as suas inúmeras vantagens. Destacam-se naturalmente a menor poluição e a menor ocupação do espaço público. Mas existem ainda vantagens para a saúde, pois este veículo permite combater o sedentarismo que está muito presente na nossa sociedade. Apesar dos benefícios que este modo de transporte tem para a cidade em geral e para os cidadãos, ainda não são dadas aos seus utilizadores condições de segurança e conforto semelhante à de outros modos de transporte.
Muitas vezes são cometidos erros na implementação de medidas e infraestruturas de mobilidade ciclável, facto para o qual várias associações e profissionais de mobilidade têm chamado a atenção. Ainda recentemente, por exemplo, no seguimento da aprovação da nossa proposta para a circulação de bicicletas nos corredores Bus, um munícipe escreveu-nos uma carta alertando precisamente para isto.
Claramente, o incentivo à utilização da bicicleta em Lisboa passa pela existência de um Plano de Mobilidade Ciclável, que tenha uma abordagem integrada para evitar estes erros e encontrar soluções que permitam tornar a utilização da bicicleta num modo de transporte ao mesmo nível de importância dos restantes modos, como o rodoviário, ferroviário e pedonal.
Consideramos que a política de mobilidade em Lisboa deve ser mais ambiciosa no desincentivo ao uso do automóvel particular, cuja utilização exagerada tantos efeitos negativos tem na cidade. São por isso preocupantes as notícias que têm dado conta da criação de mais lugares de estacionamento em Lisboa através da construcção de novos parques. Embora a exploração de parques de estacionamento possa ser lucrativa, estas infraestruturas tornam mais fácil e aumentam a utilização do automóvel na cidade, trazendo custos que, de uma forma ou outra, acabarão por ser pagos pelo municipio, pelo país e pelos cidadãos.
Na opinião do PAN, as políticas de mobilidade em Lisboa devem incentivar ainda mais fortemente a utilização de modos de mobilidade suave e transportes públicos. Só assim conseguiremos conciliar uma mobilidade eficiente com uma cidade limpa e agradável, boa para viver, trabalhar e visitar.

O Grupo Municipal do Partido Pelos Animais e Pela Natureza

Miguel Santos

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