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PAN/Açores defende implementação de medidas de protecção das espécies cinegéticas

O PAN/Açores reuniu, esta segunda-feira, com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves nos Açores com o intuito de inteirar-se dos principais obstáculos encontrados, destacando-se a falta de recursos humanos, danos ambientais e desafios na proteção animal.  

De entre as preocupações manifestadas pelos especialistas estão a caça ao melro-preto, pombo-torcaz e rola-turca, anunciada pelo Governo no mês de Setembro do ano passado, sobretudo se for tido em conta que estas espécies beneficiam do estatuto de espécie protegida pela U.E., e o número de indivíduos existentes não permite concluir pela estabilidade da população existente. 

Esta situação levantou dúvidas ao Partido devido à metodologia utilizada para a contagem da população, bem como se essas são efectivamente responsáveis pelos danos causados no sector agrícola da ilha do Pico, especialmente se considerada a dieta desses animais. Para o efeito, o PAN/Açores tem como urgente a implementação de medidas que garantam a protecção e bem-estar das espécies cinegéticas, passando não só pela sua adequada gestão – valorizando-se o conhecimento científico dos especialistas, como também pela fiscalização da atividade e melhoramento da carreira dos Vigilantes da Natureza – um importante parceiro no restauro ecológico. 

O partido ficou sensível à denúncia de constrangimentos financeiros da entidade com impacto no desenvolvimento de alguns projectos que não são financiados a 100%, dificultando a execução de determinadas ações, essencialmente as que envolvem a contratação de recursos humanos, sem prejuízo da necessidade de serem executadas algumas ações que não têm enquadramento nos projectos europeus, como a urgência de serem realizados censos à população de milhafres.   

A par destas situações, a poluição luminosa, as Áreas Marinhas Protegidas e o combate às invasões biológicas foram também abordados na reunião. Sendo unânime a urgência na aposta no restauro ecológico, devendo utilizar-se a engenharia ambiental como alternativa sustentável à implementação dos materiais comumente utilizados na construção civil. 

A débil gestão dos recursos hídricos, a iliteracia sobre a incapacidade de absorção e preservação da água na Região, bem como a contaminação dos cursos de água, foram tópicos discutidos na reunião, tornando-se evidente a necessidade de se avançar com o restauro das linhas de água da Região.  

Há muito que defendo a capacitação e valorização dos Vigilantes da Natureza. Aliás, durante a legislatura que agora terminou, apresentamos medidas que pretendiam melhorar as condições de trabalho dos Vigilantes. Esta é uma forma robustecer a profissão, auxiliando a proteção e preservação não só do ambiente como também dos animais que nela vivem”.

Pedro Neves