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PAN/Açores incita Governo a definir uma Estratégia Regional concertada para a Energia

Por proposta do PAN/Açores, debateu-se hoje na Assembleia Legislativa a Estratégia Regional para a Energia, através de um conjunto de questões dirigidas ao Governo Regional que versaram, sobretudo, nas matérias da mobilidade e transportes, energias renováveis e não renováveis e a mitigação do impacto da crise energética.

No decurso do debate, foi notória a falta de preparação e a dificuldade em prestar respostas concretas e explícitas às questões que incidiam sobre determinadas matérias e áreas, mesmo após insistência na convocação de explicações transparentes por parte da tutela.

“O investimento canalizado para a transição energética não acompanha os argumentos do Governo, que se afirma promotor dessa mudança mas canaliza pouca dotação orçamental para a transformação nas matrizes energéticas.”,  afirmou o deputado Pedro Neves que deu como exemplo a dotação orçamental prevista na Anteproposta do Plano e Orçamento Regional para 2023 alocada às ações de sensibilização e divulgação do Plano para a Mobilidade Elétrica dos Açores, no parco valor de 250 mil euros.

A Secretária do Transportes e Infraestruturas colocou, ainda, o ónus da responsabilidade, em matéria de mobilidade, nos hábitos conservadores de deslocação por parte da comunidade açoriana e residente, quando os sucessivos Governos, e a que este não foge à regra, não apresentaram respostas alternativas aos meios de transporte individual, subsistindo um grave problema na rede de transportes colectivos intermunicipais, entre outros.

Sobre o consumo energético e a necessidade de mitigação do impacto da crise energética, o parlamentar do PAN/Açores procurou conhecer as medidas concretas que estão previstas e também as que já se encontram em fase de implementação, quer na própria administração pública, quer no apoio às empresas e família, face a espiral inflacionista nos custos da energia resultantes do conflito bélico e da instabilidade dos mercados.

Esta foi outra matéria onde as respostas e justificações apresentadas pelo Governo não acompanham os investimentos previstos no Plano e Orçamento Regional para o próximo ano, considerando que o combate à pobreza energética contará apenas com 44 mil euros de verba, um valor bastante irrisório face aos aumentos nos custos da energia já anunciados, e, mesmo relativamente às metas e estratégias europeias e nacionais.

Na opinião do partido não existe, por parte deste Executivo, uma estratégia concertada para as matérias energéticas e para o plano de poupança de energia. “A contradição já vem sendo uma constante deste Governo, que utiliza os indicadores e previsões conforme lhe convém. A crise energética tenderá a acentuar-se, mas o Executivo não acompanha a real necessidade de aplicar um plano de poupança de energia”, afirma o Deputado Pedro Neves.