Dia de reflexão e de indignação perante o sofrimento alheio que desconhecemos sobre nós próprios. Dia oportuno para relembramos que vivemos num contexto em que não existe guerra, nem uma catástrofe ambiental ou de outro tipo que nos obrigasse a pedir ajuda e nos colocasse numa situação de socorro que nos obrigasse a mudar de país e deste modo, tornarmo-nos em refugiados ao sermos forçados a abandonar o nosso país, as nossas vidas.
Dia que nos faça lembrar e reconhecer que podemos ser gratos pelo que temos, pelo que somos e por onde estamos. O estarmos no nosso próprio país, sem que tenhamos que nos separar dos nossos familiares e pertences, não termos que passar fome e o que temos, como o acesso à educação e à liberdade.
Podemos celebrar e aprender com a força, a coragem e a perseverança destas pessoas resilientes, que foram forçadas a deixar as suas casas e os seus países por causa de guerras, perseguições e sujeitos a situações que violem os seus Direitos Humanos, como a prática de crimes desde o tráfico de seres humanos e, especialmente, o tráfico de menores a crimes de todo tipo de exploração e abuso.
Neste voto poderia considerar-se um sem número de coisas sobre esta dura realidade dos refugiados, porém ficamos pelo voto como um marco em que relembramos e assinalamos todos estes seres humanos que lutam por uma vida condigna, com melhores condições, tendo isso como um direito instituído.
Sabemos que no mundo das imagens, dos sons e das peças realizadas que nos chegam e que se apresentam perante nós, nem sempre são o suficiente para formar empatia devido à sua passagem curta, de breve minutos e o método das entrevistas com personalidades empenhadas em enfrentar o drama global dos refugiados que apesar de acrescentar informações pertinentes, na realidade não chegam. O que nos prende são os lugares, os gestos e as expressões que nos ficam registados através da nossa capacidade de relacionamento.
Existe, entre outros, um documentário do Ai Wei Wei, um realizador chinês, que viajou por mais de 20 países e que ia registando o que vivenciava para dar nota deste problema atual e que decidiu realizar um documentário sobre o drama global dos refugiados: “Human Flow”, pessoas que tentam escapar à violência de conflitos armados e formas brutais de repressão e que buscam a liberdade.
Excelente meio que espelha esta dura realidade.
O Grupo Municipal do PAN propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, na sua Sessão Ordinária de 26 de junho, delibere:
- Guardar um minuto em voto de pesar pelas mortes e violações dos direitos humanos;
- Saudar o dia do Refugiado pela coragem, força e determinação de milhões de pessoas refugiadas;
- Censurar o acto dos países da europa, como o da Itália e Malta ao recusarem o pedido de desembarque do navio Aquarius, operado pelas organizações humanitárias SOS Mediterranée e Médicos Sem Fronteiras, que transportava 629 migrantes e refugiados, na sua maioria subsaarianos e incluindo 134 menores e sete mulheres grávidas;
- Manifestar repúdio pelo actual gesto de Donald Trump, Presidente norte-americano, com a separação entre os filhos e os pais, colocando essas crianças em jaulas e pela retirada dos Estados Unidos da ONU;
- Solidarizar com todo o povo que foi forçado a abandonar o seu país por motivo de guerra, desastre natural, perseguição política, religiosa, étnica, etc.;
- Visionar o documentário “Human Flow” do Ai Wei Wei numa data oportuna, apresentado no Fórum da Assembleia Municipal de Lisboa;
- Enviar o voto para todas as entidades e associações de apoio ao Refugiados.
Lisboa, 26 de junho de 2018
Pessoas – Animais – Natureza
(GM PAN)
Miguel Santos
Inês de Sousa Real
(Deputados Municipais)