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PAN/Lisboa quer equipa específica para intervir em casos de acumulação de animais na cidade

O Grupo Municipal do PAN apresenta amanhã, na Assembleia Municipal de Lisboa, uma recomendação que visa a adoção de protocolos e a criação de equipas multidisciplinares específicas para prevenção e intervenção em casos de acumulação de animais no município. Estas situações resultam de um transtorno mental, designado por Síndrome de Noé, no qual a pessoa acumuladora detém um grande número de animais, negligenciados, num ambiente sobrelotado e impróprio para a satisfação das suas necessidades básicas, que acabam muitas vezes por morrer.

“Sem acesso a cuidados veterinários e por não serem esterilizados, reproduzem-se sem qualquer controlo, amontoados na maioria das vezes na habitação (…) com ausência de condições higio-sanitárias, vivendo muitas das vezes sobre os seus excrementos, o que acarreta sérios riscos à saúde das/os ocupantes e configura uma ameaça para a saúde da comunidade em geral e dos próprios animais, que muitas vezes acabam até por não sobreviver devido às condições negligentes em que são forçados a viver”, começam por explicar os deputados municipais, Inês de Sousa Real e Miguel Santos, na recomendação.

Na proposta, os deputados lembram ainda que este tipo de situação não é “alheia à Casa dos Animais de Lisboa, que por diversas vezes já se viu na contingência de proceder à recolha de animais que se encontravam detidos neste contexto de acumulação.”

Com o objetivo de dar uma resposta efetiva a esta problemática, o PAN recomenda à Câmara Municipal de Lisboa que seja criado um manual de procedimentos e uma equipa composta por psicólogos, médicos veterinários, agentes de autoridade de saúde e associações zoófilas para identificação, intervenção, avaliação e acompanhamento dos casos identificados. O PAN propõe também que sejam definidos protocolos com a Casa dos Animais de Lisboa e com as associações zoófilas locais para assegurar a recolha, esterilização e encaminhamento para adoção destes animais. 

O PAN pretende ainda que exista, em articulação com as autoridades de saúde, o devido acompanhamento psicossocial das pessoas acumuladoras, uma vez que está em causa uma perturbação mental que requer tratamento, evitando igualmente que estas comecem a acumular animais num outro local, sendo que os estudos apontam para uma taxa de reincidência entre 60% a 100%.