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Recomendação aprovada – Formações Escolares Anuais em Suporte Básico de Vida nos estabelecimentos de ensino de Loures

Recomendação apresentada pelo PAN para a organização de Formações Escolares Anuais em Suporte Básico de Vida nos estabelecimentos de ensino de Loures foi aprovada.

As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortes em Portugal (excluindo o contexto da covid) representando 29,7% da mortalidade em Portugal, num impacto superior a 330 milhões de euros para o Serviço Nacional de Saúde (SNS). De 15 a 30% dos doentes não apresenta qualquer sintoma.

Segundo os números apresentados pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), a morte súbita cardíaca mata cerca de 12 mil portugueses por ano. Destes casos, apenas 3% das vítimas sobrevivem, o que, segundo o INEM, se deve à ausência de uma cultura de socorro na nossa sociedade. 

Por seu turno, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia alerta que em cerca de 57% das paragens cardiorrespiratórias em que a vítima não se encontra sozinha, não é realizada qualquer manobra de reanimação até que as equipas de socorro cheguem ao local. Ora, segundo os especialistas, numa situação de paragem cardiorrespiratória, ao fim de 12 minutos a taxa de sobrevivência é em média de 2,5%. O mesmo será dizer que nos casos em que o coração pára é essencial uma intervenção rápida e eficaz no local.

O Decreto-Lei n.º 188/2009, de 12 de Agosto – que introduziu no Sistema de Emergência Português a utilização de Desfibrilhadores Automáticos Externos (DAE) – é taxativo ao reconhecer que

Em Portugal as doenças cardiovasculares constituem um dos problemas de saúde mais graves para a população, representando a principal causa de morte”.

De acordo com o “manual de suporte básico de vida”, da autoria do INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica e do Departamento de Formação em Emergência Médica, é “fundamental a intervenção rápida de quem presencia uma paragem cardiorrespiratória (PCR), com base em procedimentos específicos e devidamente enquadrados pela designada Cadeia de Sobrevivência.

A CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA interliga os diferentes elos, que se assumem como vitais, para o sucesso da reanimação: LIGAR 112, REANIMAR (RCR), DESFIBRILHAR (DAE) E ESTABILIZAR.

No entanto, o que na maioria das vezes acontece é a assistência esgotar-se com a primeira medida, isto é, ligar para o 112, ficando o doente à espera da assistência médica. De acordo com os números supra apresentados, este tempo de espera pode ser fatal para a vítima.

Segundo os números do INEM de 2019, apenas 2% dos estabelecimentos escolares em Portugal têm um desfibrilhador automático externo (DAE).

Consideramos, pois, que é fundamental criar uma cultura de socorro e dotar os cidadãos e cidadãs de competências no que diz respeito à realização de manobras de suporte básico de vida. Uma competência que pode fazer a diferença entre a vida e a morte deve ser inserida como parte indispensável na formação educacional dos jovens, idealmente na formação de todas as pessoas desde tenra idade. 

Acompanhando as reivindicações do presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, para colocar desfibrilhadores nas escolas, desde que se forneça a indispensável formação.

O PAN propõe que a Assembleia Municipal de Loures delibere recomendar à Câmara Municipal de Loures que:

  • Em parceria com as escolas do concelho, promova a organização e disponibilização de formações anuais em Suporte Básico de Vida para a comunidade educativa, incluindo as escolas profissionais e sénior, integrando-os nos seus planos de atividades e assegurando a instalação de desfibrilhador automático externo (DAE) nesses mesmos estabelecimentos educativos.

Loures, 3 de Fevereiro de 2022.

Pessoas – Animais – Natureza 

(GM PAN)