O PAN/Açores reuniu com um grupo de trabalhadores da Atlânticoline, para melhor perceber as preocupações e reivindicações, principalmente dos mestres, maquinistas e marinheiros que operam na empresa que assegura o transporte marítimo de passageiros entre ilhas dos Açores.
O transporte marítimo, essencialmente entre ilhas do Grupo Central, é o principal meio de deslocação de pessoas que pretendem circular entre estas ilhas dos Açores.
Especificamente, a operacionalização das Linhas Azul e Verde é fundamental para garantir a mobilidade de cidadãos que vivendo numa das “ilhas do triângulo”, trabalham noutra, estando totalmente dependentes dos navios da Atlânticoline para conseguirem realizar estas deslocações. Estas rotas são ainda fulcrais para assegurar o transporte em situações de deslocação por motivos de saúde ao Hospital da Horta, unidade de saúde que serve estas ilhas.
Desde Dezembro de 2021 que as ligações normais têm sido comprometidas pelo exercício do direito à greve tomado pelos trabalhadores da Atlânticoline. Ainda que assegurados os serviços mínimos diários e operações de transporte determinadas por situações de emergência, a companhia responsável pelo transporte marítimo entre as ilhas dos Açores já cancelou mais de 50 viagens, fruto desta paralisação.
De acordo com as informações prestadas pelo grupo de trabalhadores com quem o PAN/Açores contactou, a empresa pública açoriana não está a ouvir as reivindicações manifestadas nem se tem mostrado disponível para chegar a qualquer acordo. Sendo que, por esta razão, foi emitido novo pré-aviso de greve para o próximo mês de Março.
Os trabalhadores afirmam que não está a ser cumprido o Acordo de Empresa, exigindo a actualização da tabela salarial, a equiparação entre funcionários que operam em terra e os que operam no mar e a justa retribuição das horas extraordinárias realizadas.
Perante este cenário, o PAN/Açores irá reunir-se no decurso da presente semana com o Sindicato que convocou a greve, pretendendo ainda reunir com a empresa Atlânticoline e com a Secretaria Regional dos Transportes, Turismo e Energia, no sentido de procurar uma benéfica solução que, por um lado permita a estes trabalhadores verem os seus direitos laborais assegurados, e por outro a normal reposição dos serviços da Atlânticoline.
“Esta situação merece uma resolução urgente, quer para os trabalhadores da Atlânticoline quer para a reposição da normalidade dos serviços prestados por esta empresa pública que, de momento, não está a servir convenientemente os açorianos.”
Defende o Deputado Pedro Neves