Lisboa

Por um novo ciclo governativo em prol de uma Lisboa mais humana e sustentável

Por um novo ciclo governativo em prol de uma Lisboa mais humana e sustentável

Neste início de novo ciclo permitam-me antes de mais que reitere o nosso agradecimento a todas e a todos os que depositaram o seu voto de confiança no PAN, atribuindo-nos mais responsabilidade ao duplicarmos a nossa representação em sede de Assembleia Municipal.

Sendo o PAN um partido de causas e de valores, que se pauta por princípios de compaixão e de não violência, reforçamos o nosso compromisso neste novo mandato em dar continuidade ao percurso de dedicação às causas que temos trazido ao debate público, e que visam alterar consciências e contribuir para uma mudança de paradigma de acordo com valores éticos e ecológicos fundamentais, que passam desde logo por defender e promover uma cidade mais humana, mais consciente, mais justa, mais democrática, sustentável e inclusiva e também de maior respeito e proteção pelos animais.

Defendemos também que temos o dever enquanto eleitos –  todas e todos nós presentes nesta sala – de promover uma casa da cidadania que permita regenerar a confiança dos cidadãos e das cidadãs nas atuais instituições.

A forma mais simples de regenerar essa confiança na Democracia, e gradualmente torná-la mais participativa, é mostrando que as políticas, opções e decisões locais coincidem com os desejos dos cidadãos e cidadãs e com aquilo que lhes foi prometido. Bem como demonstrar uma absoluta transparência em todos os atos dos órgãos do município e das respetivas freguesias, permitindo uma maior participação da população nas tomadas de decisão.

É claro que a regeneração do sistema não se esgota na promoção e efetivação da democracia e transparência. Existem hoje novos e difíceis desafios que se apresentam aos eleitos locais e que têm de estar no topo das prioridades, como é o caso das alterações climáticas e a sua necessidade de mitigação.

Nesse sentido, importa colocar nos pratos da balança outros aspetos da vida em sociedade e que até aqui têm permanecido descurados. As políticas não podem visar somente o crescimento económico, devem acima de tudo visar o aumento do bem-estar e da qualidade de vida das populações, nas suas múltiplas acepções.

Não podemos perpetuar a inação e complacência que vai existindo com os atentados ambientais como. a permissão, ainda atual, de realizar descargas para o ambiente – como é o caso do nosso Rio Tejo – sem medir as consequências do seu impacto nos ecossistemas, nas águas e alimentos; continuar a aprovar medidas urbanísticas que interferem com a promoção da biodiversidade e não mitigam os impactos das alterações climáticas.

Queremos contrariar com as nossas propostas essas políticas, nomeadamente através da proteção de Monsanto; do fim definitivo dum passado triste como a tauromaquia e os seu apoios institucionais e do reforço de apoio a quem tudo faz para proporcionar melhores condições de vida aos nossos companheiros de jornada, muitas vezes abandonados por uma sociedade de consumo imoral e desalmada.

Estas realidades são algumas das que têm sido consentidas e que propomos alterar com o nosso programa para Lisboa.

Estamos num momento de viragem na nossa cidade.

Temos hoje uma Lisboa em franca expansão económica, aliada ao crescimento do sector do turismo, mas também a um reverso histórico da Humanidade do qual não nos podemos orgulhar. Estamos planetariamente à beira da 6ª extinção massiva, Era já denominada de Antropoceno.

As alterações climáticas prometem uma irreversibilidade à qual nos teremos que adaptar, nomeadamente em Lisboa, aa nossa cidade.

É preciso repensar a nossa sociedade e criar novas formas de interação e de solidariedade, que promovam sistemas económicos circulares, respeitando os direitos da Humanidade, garantindo a subsistência e a dignidade para Humanos, não-Humanos e ecossistemas.

Acreditamos e iremos defender uma cidade cujo desenvolvimento acrescente valor e honre a sua herança histórica!

Acreditamos e iremos defender uma cidade com habitação acessível a todas e a todos. Uma cidade em que as pessoas, ao invés de trazerem o carro para a cidade, circulam numa rede eficaz de transportes públicos, de bicicleta ou a pé. Uma cidade inclusiva. Uma cidade em que as pessoas com necessidades especiais conseguem chegar onde chegam todas as outras pessoas. Uma cidade em que a população idosa não fica esquecida e tem uma vida ativa e participativa. Uma cidade amiga dos seus animais, com um hospital veterinário público destinado a animais abandonados e de famílias carenciadas. Uma cidade respeitadora do seu património natural, dos seus espaços verdes, em particular do seu Parque de Monsanto, do seu Rio Tejo – que fazem parte do património identitário lisboeta.

Durante os próximos quatro anos, assumimos mais uma vez o nosso compromisso para com a cidade, no sentido de defender as melhores soluções para Lisboa.

E lançamos o repto a todas e a todos os demais eleitos que nos acompanham neste mandato: façamos desta Casa da Cidadania uma verdadeira força empoderadora dos nossos munícipes, dos valores do ambiente e da vida animal, por uma Lisboa verdadeiramente mais humana e sustentável. Só assim poderemos honrar a herança histórica e democrática que recebemos dos nossos antecessores e que nos permite hoje encontrar na diferença e na pluralidade forças de convergência, sem nunca temer dar voz aos diferentes ideários que defendemos.

Lisboa, 14 de novembro de 2017

Pessoas – Animais – Natureza

(GM PAN)

Miguel Santos                                                         
Inês Real

(Deputados Municipais)